sábado, 27 de fevereiro de 2010

Empty •


"Estou tão cansado de estar aqui
Reprimido por todos os meus medos infantis
E se você tiver que ir
Eu desejo que você vá logo
Porque sua presença ainda permanece aqui
E isso não vai me deixar em paz

Essas feridas parecem não querer cicatrizar
Essa dor é muito real
Isso é simplesmente muito mais do que o tempo pode apagar

Quando você chorou eu enxuguei todas as suas lágrimas
Quando você gritou eu lutei contra todos os seus medos
Eu segurei a sua mão por todos esses anos
Mas você ainda tem tudo de mim

Você costumava me cativar
Pela sua luz ressonante
Agora eu estou limitado pela vida que você deixou para trás

Seu rosto assombra
Todos os meus sonhos, que já foram agradáveis
Sua voz expulsou
Toda a sanidade em mim

Essas feridas parecem não querer cicatrizar
Essa dor é muito real
Isso é simplesmente muito mais do que o tempo pode apagar

Quando você chorou eu enxuguei todas as suas lágrimas
Quando você gritou eu lutei contra todos os seus medos
Eu segurei a sua mão por todos esses anos
Mas você ainda tem tudo de mim

Eu tentei com todas as forças dizer a mim mesmo que você se foi
Mas embora você ainda esteja comigo
Eu tenho estado sozinho todo esse tempo.

Quando você chorou eu enxuguei todas as suas lágrimas
Quando você gritou eu lutei contra todos os seus medos
Eu segurei a sua mão por todos esses anos
Mas você ainda tem tudo de mim..."


~ A morte é tranquila mesmo sendo sua inimiga,
eu me sinto mais seguro na escuridão
do que longe de você...

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

Tudo na minha vida


20/02/2010

Eu estava tão animada, queria tanto ver você que meu humor me tornava quase infantil, mas quando vi você, meu coração disparou, você, como sempre, não estava nada surpresa, nem ao menos selou meus lábios, beijou meu rosto e preferi não sentir seu olhar sobre mim, sabia que provavelmente seria de indiferença.
Assim que pegamos o metrô, eu senti meu coração apertado, você nem se quer me abraçou direito, e eu senti tanto a sua falta.
Caminhamos, conversamos e mesmo sabendo que devia estar cansada, fiquei feliz por estar bem e sorrindo enquanto conversamos. Eu estava realmente manhosa e quando via você mais longe de mim, cochichando algo com a sua prima, tinha vontade de chorar, ou gritar.
Isso foi até que você me abraçou por trás como sempre fazia e eu notei que, não precisava ter aquela vergonha de você, muito menos ciúme ou raiva, você tinha seus motivos e eu me tornei irritante agindo daquela maneira.
Como sempre, prestei muita atenção aos seus carinhos nos meus cabelos, como eu adorava isso, me sentia tão segura nos seus braços, foi aí que nós conversamos sobre o inicio de tudo, não é? Como os comentários sobre a foto nos trouxeram até aqui, eu como sempre, boba, chorei por isso, porque estava feliz por ter você comigo. Você me prometeu que nunca me deixaria e eu me senti tão bem, eu não tinha problemas ali, eu só sentia seu coração bater, a sua respiração, seus dedos passando distraídos pelos meus cabelos e a sua voz doce, falando com a pessoa que te acompanhava bem próxima a nós, eu estava no paraíso, não precisava e nem queria mais nada alem de você naquele momento.
Eu fechei os olhos e deixei minha mente viajar, lembrei de como fui idiota ao fazê-la prometer que não se apaixonaria por mim. Desde o inicio, eu sabia, você sempre foi o pilar que me manteve em pé, eu sempre estava pensando em você, falando sobre você, sempre. Não fui capaz de esquecê-la quando brigamos, eu me sentia tão vazia que nem ao menos tinha razão para sorrir. Mas quando você voltou, a felicidade voltou aos meus olhos e eu me senti viva de novo. Cada palavra sua, me fazia amá-la mais a cada segundo que o relógio matava e foi aí que cometi o erro de lhe fazer prometer aquilo, na verdade, eu te amava demais e só não podia admitir, fui tão idiota. Foi aí que com o tempo eu senti que estava completamente apaixonada por você.
E eu sabia que sentiria sua falta, não é uma saudade que eu alivio com palavras como “logo voltarei”, eu sinto tanta falta, que da vontade de chorar quando abro os olhos e vejo que você não está aqui, só se alivia realmente quando vejo seu sorriso.
Realmente, você não é importante, você é a pessoa mais importante pra mim, você é tudo na minha vida, meu único motivo para continuar respirando. E eu não quero perder você, eu deixaria de respirar não sou forte o suficiente para vê-la ir embora de novo.
Você é a dona do meu coração, sabe disso e estranhamente ainda perco o fôlego quando você cola os lábios nos meus para me beijar, só você faz isso, meu amor, apenas você.
Foi aí que eu acordei, ainda ouvindo sua voz doce, notei que havia cochilado pensando no quanto eu te amo e naquela hora, não pude dizer tudo isso, não pude me expressar tão bem quanto agora porque provavelmente, você sorriria e eu esqueceria de tudo o que eu dizia.
O som do seu coração ainda era uma musica tranqüila para os meus ouvidos, eu abri os olhos devagar e procurei sua expressão, me senti tão infantil por dormir em seus braços mas para mim era tão confortável, nunca me senti tão bem e tão segura quanto naquela hora.
Eu esperava que entendesse que todas as lágrimas que derramei, foram de felicidade, ou medo de te perder, que todas as minhas palavras, foram de felicidade, e que eu peço desculpas, não por ter adormecido ou por ter feito você me prometer que não se apaixonaria por mim – novamente - ,peço desculpas por não ter lhe dito isso tudo quando tive a chance e quero que saiba que não existe outra pessoa mais importante e mais perfeita pra mim, do que você, meu amor.

Eu te amo, Die.

sábado, 20 de fevereiro de 2010

Testamento


Esse na verdade, é meu testamento, não possuo muita coisa mas é o que há de mais importante em todo ser humano. Primeiro, me enterrem junto aos meus textos e poemas, quero ser chamada de “escritora maluca” pela eternidade, “Mad Writer” não soa bem? Parece o nome que o chapeleiro maluco da Alice no país das maravilhas usa. E no filme da minha vida quero ser encenada pelo Jhonny Depp, ah, espera, eu sou mulher, enfim, esqueça...

Eu rodei o mundo todo procurando algo bonito para escrever, mas não achei, nada era puro o suficiente e eu nem mesmo sei se existe esse tal de amor.

Eu acho que eu tive uma morte decente, OH MEU DEUS! A menina do grito! AHHHH! Encontrem meu corpo no sótão... Não, brincadeira. Eu só acho que não tenho mais o que fazer aqui, não concordam?

Enfim, deixo meu gato, Ryo, para minha melhor amiga, que odeia gatos, MUAHAHA, ta, chega. Eu te amo ok? Não sinta saudades, mas eu vou sentir a sua. Deixo meu aquário para o Kim, ele ama meus peixes então tente não se afogar,hn. Deixo meus órgãos para o lindo instituto de doações, eu sou boazinha, é.

Deixo minhas esperanças ao mundo, acho que eles precisam de fé, meu amor vai para cada pessoa boa daqui, eu afogo minha inveja e minha raiva para deixar apenas as coisas boas (Relaxe Kim, não afoguei no seu aquário).

Que vocês saibam que vocês são a salvação da humanidade e cada um pode salvar o mundo, viva mais, aproveite mais, não dê atenção aos problemas, faça tudo o que quer fazer e ame, se apaixone perdidamente, aprenda com seus erros, xingue as regras e não tenha medo de levar um soco no olho, ta, essa parte ignore, ria, divirta-se, perdoe, grite, não tenha vergonha de ser quem você é.

Quando alguém lhe disser que você é inútil, não é, é importante pelo simples fato de existir, fará a diferença,hn. Então... Viva!

E mãe...Tem dinheiro embaixo do tapete da sala, brincadeira, eu amo vocês.

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

Dear My Friend...


Palavras. Perdidas nesse papel como grandes manchas de tinta, não expressam nada nem ao menos o quão grande é a minha saudade por aquela pessoa que me fazia rir.
Ontem eu andei por tudo o que passamos juntas, todas as aulas que enfrentamos, pelo passado que agora simplesmente se encaixa em algo que não parece ser real, entrei na sala que riamos, que discutíamos e que brincávamos e até mesmo parei no local onde nos conhecemos, fiquei ali um longo tempo, desfrutando das lembranças dolorosas que todos os sorrisos que ela me deu ali, deixaram.
As lagrimas caiam de meu olhos, sem ela ali eu notei, nada tinha graça. Mas naquele ultimo ano, tudo se tornou tão... Superficial. É essa é a palavra correta, ou talvez não. Eu me arrependo em cada palavra que eu disse sobre coisas inúteis, ao invés de ouvi-la falar sobre algo que ela gostava, me arrependo de ter xingado os próprios filósofos, os homens que ela admirava, que eu não pude ver o quão grande eram por uma maldita obsessão inútil.
O nosso “cantinho”, como costumávamos chamar, já não era mais nosso, agora várias pessoas se sentavam lá, e eu simplesmente passava reto e sentava em um canto qualquer com um caderno, tomando palavras ridículas e viciadas em um vocalista novamente, a letra pequena, não havia ninguém para gritar comigo, discutir, dizer que eu dava mais atenção ao caderno do que a ela, e isso me fez falta.
Me fez falta, a musica que todos os dias estava nos meus ouvidos, as musicas que eu decorei ainda estavam gravadas na minha mente, mas sem ela, não havia mais um porque cantá-las. Seria algo impossível de mais imaginar o que eu faria agora, sem ela ali.
E eu me lembrei, que eu brigava com ela, por coisas inúteis, que eu morria de ciúmes, que eu realmente não ligava pra muita coisa que ela dizia. Palavras em vão, sorrisos que eu não vi, lágrimas perdidas por idiotices e momentos que eu podia tê-la abraçado mas eu estava mais preocupada falando de um homem que eu nunca vou conhecer.
O dia passou lento até que eu pudesse sair daquele inferno, porque se tornou um inferno sem ela por perto, agora eu via tudo de uma nova perspectiva. Eu voltei pra casa,de cabeça baixa, as gotas de chuva caiam sobre o meu cabelo loiro liso, eu não olhei para o lado e nem ao menos me preocupei em brincar e dizer “Minha chapinha”. Eu poderia fazer de novo e foi aí que eu pensei em como eu perdi momentos, por idiotices minhas, por causa do meu maldito cabelo, por culpa de algo tão...Insignificante, essa era a palavra certa. Insignificante diante dos olhares, sorrisos, brincadeiras, abraços e até mesmo quando eu ouvia ao longe ela gritar meu nome, naquele momento eu me sentia feliz. Mas não ouviria novamente, tão cedo. As chances de eu ver ela novamente eram poucas não tantas como antes, eu sentiria falta de quando éramos apenas nós duas.
E as pessoas que eu odiava, continuavam lá naquela maldita escola, as hipócritas ainda me deram feliz aniversário com um rosto todo contente como se não tivessem destruído minha sanidade todos os dias e me feito imaginar eu acabando com todas as esperanças delas. Desculpe, mas é a verdade.
E nada vai, nada volta, nada muda, meu olhar ainda estava ali perdido, metralhando o chão por onde eu caminhava com passos lentos, algumas pessoas falaram comigo e eu nem ao menos me dei o trabalho de ouvir, meus dias se tornaram tão vagos que eu nem ao menos senti necessidade de dizer alguma coisa no caminho de volta.
Cheguei em casa e fui até minha caixa de lembranças, as coisas ainda estavam lá, nossos pequenos tesouros, os da apresentação de português até o desenho que ela fez para mim de aniversário, o que eu mais gostei e até hoje lembro. Talvez se ela pudesse ver como sinto a falta dela... Talvez ela também estivesse pensando em mim, mas eu queria realmente que eu pudesse simplesmente fechar os olhos e ela estaria novamente, passeando por aqueles corredores ao meu lado e rindo comigo, de algo que ninguém a nossa volta entende e jamais entenderá, algo simples, como o porque ela foi a única pessoa capaz de enxergar a pessoa por trás da minha mascara de mentiras.

"Se meu grito voasse livremente que nem aquele pássaro quão bom seria[...] Meu querido amigo séra que se eu segurar nessa nuvem, ela me levará até você? E se um dia nos encontrarmos de novo dessa vez eu segurarei a sua mão forte, para nunca mais se soltar nunca mais se soltar."

Sinto sua falta, danna <3

Amor Hipócrita


Nunca me deixe amar você... Me deixe dizer qualquer palavra, qualquer frase sem sentido, com qualquer sentimento inútil, mas nunca me deixe olhar fundo nos seus olhos e dizer “eu te amo”. Serão as piores palavras que você vai ouvir e vão acabar com a sua vida, sua consciência e sua alma. Eu já aprendi a viver nesse mundo, junto com os fantasmas passados das pessoas que eu machuquei. Eu vou destruir você, eu vou quebrar seu coração. Quando achar que eu estou falando sozinha, não, estou falando com as almas que ainda me atormentam e assim ainda sou chamada de louca.
Sentada aqui no chão, entre quatro paredes, é o único lugar que eu me conheço, ninguém jamais pode enxergar através da minha máscara. E eu sou considerada hipócrita. Quando estiver feliz, sorrindo, tentarei ser o mais sincera possível, o problema, é que não me ensinaram o significado de sinceridade, eu sou a tradução ambulante da própria hipocrisia refletida em sorrisos escondendo a grande maldade e a dolorosa verdade.
A escuridão, aqui nada temo, não existe som, não existe cor, não existe bondade, existem apenas os sussurros, das almas desesperadas que me culpam por deixá-las cair e é aqui que eu simplesmente deixo minha mente viajar e enlouquecer aos poucos. Não sei o que eu fiz para receber tanto ódio dos meus “amores” passados, talvez minhas palavras foram fincadas como laminas nos peitos deles, talvez seja porque eu estou aqui isolada de tudo que acredito ser real, hoje e sempre.
Pode ser que todos achem que sabem um pouco sobre mim, mas não sabem absolutamente nada. A maldade que as vezes transparece reflete na minha alma como uma pequena demonstração de gentileza, se for medir quanto ódio meu coração possui hoje. Eu não vou salvar você, quando você precisar de mim, nunca me procure, nunca corra para mim, nada de bom virá eu só lhe farei chorar, eu só lhe farei sangrar e perder todas as esperanças, eu serei seu amante infiel, hipócrita e egoísta.
Simplesmente porque, a inveja que vocês sentem sobre mim é tão ridícula que eu não tenho mais palavras para descrever e escorrem de mim através de palavras, palavras que talvez sejam sem sentido, mas que demonstram um sentimento altamente doloroso e que sempre me trouxe tanta felicidade.
Agora que me conhece melhor, devia saber o porque eu não falei ontem com você. Muito prazer, eu sou seu pior pesadelo.

terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

Luzes Hipnóticas


Eu entrei antes de todo mundo, entrei com apenas uma intenção na cabeça, divertir as pessoas. Peguei minha garrafa de vodka, é ótimo, pode ser que não demorasse muito eu já estivesse completamente bêbada, mas isso não importa, eram oito horas, eu estava arrumando tudo para quando eles chegassem, o bar já estava aberto e um amigo conversava comigo sobre o que iríamos tocar hoje. O clássico, claro, o que eu sempre toco pra animar todo mundo.
Meia noite, eu vesti minha peruca feita de lã naquele dia e alguns outros acessórios, a roupa é importante quando se tem o meu trabalho, maquiagem pesada, preto, roxo e verde, adoro essas cores, blusa curta mostrando um pouco da barriga – Não me importava eu iria me divertir de mais para ligar para isso – short igualmente curto, meias “arrastão” deixando apenas as coxas a mostra e as meias bocas de sino que saiam do joelho até os pés escondendo parte dos sapatos e deixando apenas o salto a mostra. Coloquei as luvas, uma roxa e outra verde, pulseiras de Spike e vários enfeites coloridos e chamativos, o colar feito de seringas no pescoço, eu adoro coisas brilhantes e todo glitter no corpo era pouco. A mascara de gás agora eu usava no pescoço para poder conversar com as pessoas que ajeitavam minha peruca e me entregavam outra garrafa de vodka.
Dei uma boa olhada nas minhas fotos de alguns dias antes, todos me amam e eu adoro isso posso sentir o friozinho na minha barriga da minha entrada triunfal novamente. Eu escutei os tambores tocando no interior do local, está na minha hora de brilhar, levantei e corri, meu palco me espera e ainda escutei uma staff gritar “5 minutos”, ok estou no meu lugar, estou pronta.
Assim que gritaram meu nome, eu entrei, posso ouvir os assobios, palmas, gritos, estou tão feliz com isso, todos estão chamando por mim, a noite é uma criança. Ainda posso ouvir as pessoas comentando sobre mim, não sabem quanto eu bebi, não sabem o quanto eu demorei pra me aprontar, não sabem se sou homem ou mulher mas devem saber o quanto estou feliz por estar ali esta noite.
Meu rosto brilha refletido na luz negra e nas luzes coloridas daquele local, minha cabeça se move no ritmo da musica que agora eu estou controlando, eu comecei com a musica que eu mais gosto. Minha mesa agora está cheia de garrafas e minha mente completamente egocêntrica, todos estão olhando para mim e dançando completamente hipnotizados pelo ritmo que eu imponho naquele pequeno local.
Agora estou tocando uma musica diferente, eu aumentei o som no ultimo, aquele som que todos conhecem e até escuto risos quando eu deixei que tocasse, naquele local, eu sou eu mesma, não uma máscara hipócrita de todos os dias da minha vida. E realmente a musica pra mim faz sentido, mesmo que para muitos não tenha ou seja extremamente ridícula.

○ Look into my eyes
So vicious
Heels on high
So infectious
Social sickness
Glitter and kisses

I will make you mine
Malicious
Take you from behind
So vivid
The lower you fall, the higher you'll climb
Prepare the flash and let me die

Microphones and ice cream cones,
Drippin’ down my collar bones
Taste a piece of my bubble gum,
Everybody wants some. ○

Deixei que a música tocasse por si e sai de trás da mesa, todos aplaudiram e aquele ritmo ecoava no ar, doce como cada palavra dos fãs que ecoavam na minha mente, fotos, elas queriam fotos, fiz várias poses diferentes – as que eu costumava fazer – elas beijavam meu pescoço e com certeza, eu gostava disso, mas elas não eram algo que eu gostava muito de ter nos braços, elas teriam de entender isso um dia.
Corri até mesa e mudei a música. Outra música ritmada e extremamente viciosa, com um senso de malicia eu podia ouvir os gemidos ao fundo do meu DJ preferido e aquela musica me fazia querer dançar inconscientemente e foi assim que eu o fiz, movimentos sutis e extremamente provocantes aos olhos dos outros, fotos, beijos, gritos, tudo que eu amava ouvir.
Mas tudo, cansa uma hora, fugi um pouco dessa loucura de todos os dias, tentei correr para o Studio mas quando me dei conta que estava sendo abraçado, ela se colou nas minhas costas e me segurou pela cintura, me impossibilitando de sair. Minha primeira vontade foi fugir mas quando ia me virar me paralisei pelas palavras doces vindas daqueles lábios que eu sempre quis possuir, algo que me fazia perder completamente a razão e a vontade de sair daqueles braços.
“Aqui estamos novamente, isso se torna interessante visto assim não é? Ou você é apenas mais uma sombra que pensa que pode sumir quando quiser? Todos querem você mas eu sou sua dona,hn.” Era o jeito dela de dizer que eu não devia sumir e nem me mover – já sabia que era perigoso. A mão dela envolveu meu braço e me encostou na parede, os olhos percorreram minha expressão por um segundo, eu não sabia como eu devia agir diante daquilo, os lábios colaram-se na minha pele, distribuindo beijos pelo meu pescoço, incrivelmente os beijos se tornaram muito mais excitantes vindos dela, senti um dos flashes brilharem no meu rosto me cegando por alguns segundos, haviam tirado uma foto e aquela foto era sagrada para quem tirou, nunca me viram com alguém daquela maneira, a expressão de prazer estampada no rosto.
Naquele momento eu esqueci completamente do meu trabalho e do que eu estava fazendo ali, o gosto de vodka ainda estava nos meus lábios e nos lábios dela o doce sabor do cigarro, ela estava me observando a algum tempo antes de “atacar”, notei que me tornei uma presa naqueles braços que seguravam com firmeza na minha cintura, não iria me soltar mais, as musicas da minha playlist agora era controladas por outro DJ, eu já não estava mais possibilitada de me concentrar em algo alem dela. Dois minutos, eu precisei pra recuperar minha sanidade diante daquelas pequenas provocações, eu a puxei para dentro do camarim e nem me importei com alguém se tivesse visto isso, naquele momento eu só queria me concentrar naqueles lábios perfeitos e naquele corpo hipnotizante. A noite assim passou como um estalar dedos, cada toque, cada olhar é uma certeza de que aquele sim era meu paraíso.
Eram oito horas da manhã,eu estava deitada sobre o pequeno sofá daquela sala, eu sentia os machucados arderem no meu corpo e o sangue nos meus lábios, um pequeno fetiche da noite anterior. A minha staff falou comigo e eu demorei um tempo para processar as palavras, esfreguei os olhos e olhei em volta, procurei aquele sorriso adorável e os cabelos descoloridos, nada. Não era possível que fosse tudo um sonho e que eu tivesse apenas viajado no ritmo daquela musica, era normal que aparecessem cortes no meu corpo mas não poderia ser um sonho, não respondi a mulher que deve ter ficado irritada comigo, na verdade nem vi quem era, troquei de roupa e sai de lá, meu mundo, aquele inferno, ao fechar a porta eu paralisei, havia apenas um carro na frente daquele local, um carro preto e ela estava lá, encostada na lateral do carro com um cigarro entre os dedos, tragou-o e sorriu enquanto me olhava, naquele momento percebi que não era um sonho, e acordei para minha pequena realidade, tudo que eu tinha era o coração dela, a única pessoa que eu amava e eu não queria mais nada além de estar com ela a cada minuto.
- Está esperando o que? Entre, eu te levo pra casa.